Alvares trabalha comigo, há quatro anos.
Prestativo, pontual, responsável. Assim definem-no os chefes.
Jovem, bonito, engraçado. Assim definem-no as colegas.
Ele tem quase tudo para ser um conquistador.
Mas ele não é.
Não é pois lhe falta confiança. Alvares não tem o molejo necessário para desviar das armadilhas que as mulheres preparam na primeira abordagem.
Pois, veja: A mulher é como aquele amigo que chega na sua casa na hora da janta.
Você oferece aquele pedaço maravilhoso da pizza 4 queijos com bordas em cheddar, mas ele recusa.
Diz que só vai aceitar a Coca-Cola.
Mas acreditem, ele está faminto.
Ele pede a Coca só para engolir junto toda a água que lhe juntou à boca.
Mas se ele quer, porque nega?
Porque é cultural. É educado.
Mas não é justo.
Resta ao dono da casa insistir.
Porque, quando não se concorda com a opinião, ninguém a defende por muito tempo.
Logo, o visitante deixa o escudo cultural "nao-jante-na-casa-do-amigo" no costado da mesa, e se satisfaz com um maravilhoso pedaço de pizza.
Termina feliz, e esquece toda aquela cerimônia inicial.
Pois com as mulheres, é a mesma coisa.
Você chega nelas, e elas dizem não.
É óbvio. É impensado. O primeiro não é cultural.
É assim que os covardes perdem.
Perdem por não administrar o golpe.
Perdem por não administrar o golpe.
Perdem por não conhecerem os sinais delas.
Não percebem que aquele olhar babante e pidão, igual ao do amigo da pizza, não corresponde as palavras secas e retas que lhe saem da boca, em meio a um sorriso: - aaaaiii, não. Pára! Pára.
E o sorriso dela é como o copo de coca do amigo.
É um sinal de que, se insistir, logo ela sai de trás do escudo também.
Mas esse é o problema do Alvares. Ele não vê os sinais.
Hoje, por exemplo, foi a terceira vez que eu pedi a Coca.
Quanto mais eu sinto o cheiro da pizza, mais eu tenho certeza:
Esse Alvares é um covarde. Não deve pegar ninguém.
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