Me senti tão estranho.
Via de longe a menina sorrir espontaneamente ao olhar para outro cara, que fazia alguma palhaçada.
O seu olhar era terno, admirador. O brilho, que eu já havia visto de perto, observado de longe era muito mais ofuscante. Era quase que um grito luminoso de : EU ESTOU GOSTANDO DE VOCÊ!
Ela olhava e ria. Só olhava e ria.
E o sorriso era contagiante.
Ela mostrava sua dentição perfeita e expunha as suas covinhas, que diversas vezes me reconfortou.
Difícil era explicar aquele efeito: Sempre que eu chegava chateado, fosse por qualquer motivo, ela sorria e dizia: - Ah. Mas como tu és bobo em importar-se com coisas insignificantes.
E o que me acalmava, mais do que as palavras, eram as covas. Ambas significavam a personificação de algo corriqueiro para muitos, mas não para mim: A felicidade de quem me importava.
A ver sorrir me fazia sorrir, e eu acho que essa era a melhor forma de explicar à quem me perguntava o que era o amor, na forma mais nobre e simples.
Por poucos segundos, nada era mais relevante.
Mas acabou.
No inicio foi difícil, mas eu sabia que com o passar do tempo o ciúmes, o rancor, o desapontamento, e todas as coisas inexplicáveis que atrapalham um relacionamento seriam, pouco a pouco, suplantados, até que não restasse nada.
E hoje, passado cinco anos, eu via o casal que nascia e pensava quanto tempo eles demorariam para ter certeza de que é amor.
Enchi meu chimarrão e segui.
Risonho.
Confuso.
Estranhamente Feliz.
E hoje, passado cinco anos, eu via o casal que nascia e pensava quanto tempo eles demorariam para ter certeza de que é amor.
Enchi meu chimarrão e segui.
Risonho.
Confuso.
Estranhamente Feliz.
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