A Dama.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Mônica era dessas que vivia.
Saia de casa todos os dias sem nem olhar pela janela como andava o clima lá fora.
Não lhe interessava se as pessoas desfilavam de manga curta ou comprida. Ela preferia errar por si só do que errar baseado nos outros.

Assim foi na faculdade.
Preferia chutar a questão à pedir cola.
Não queria compartilhar os êxitos. E tampouco os fracassos.

Ela aprendeu desde nova o poder destrutivo que a esperança causa nas pessoas.
E a maneira que ela encontrou de sobreviver era não esperar nada de ninguém.
Assim. Tão entediante e comedido.
Mas dava certo.

Ela ia para entrevistas de emprego sem o habitual nervosismo e afobação dos outros, pois ela via aquilo como uma batalha. O entrevistador fechando a cara, não querendo que você fale além do que lhe era perguntado, mas esperando que em cinco minutos você prove que pode ser melhor que os outros cinco candidatos lá fora.
Se ganhasse a vaga, ótimo.
Se perdesse, não importava.

Dessa maneira, Mônica se diferenciava dos demais: Ela tinha aprendido a potencializar surpresas e ignorar as decepções. 
Pois a decepção é o ônus da Esperança. E isso todos sabem, pois certamente já tiveram esperança algum dia.
Ela não trabalha com o que poder vir. Ela trabalha com o que já veio.

Os relacionamentos também eram frios, assim como os frios que passava em Junho, quando achava que ainda podia sair de saia.
Na balada não dava numero de telefone. Não queria ser como aquelas mulheres que ela aprendeu a ter repulsa, que ficam reclamando no banheiro que o fulaninho nem ligou.

E com todas essas características, as pessoas pensam que Mônica é uma completa fracassada.
Mas erram.

Uma pessoa que não teme decepções é extremamente perigosa.

Perigosa no convívio.
Perigosa na cama.
Perigosa na vida.










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