Eu era muito alto

quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Eu sonhei com ela: a garota que nunca disse que me odiava ou que me amava.
Ela só disse: - Não. Tu é muito alto.

Eu sei que esse foi o toco mais ridículo que se pode levar, entretanto entendi que ela deveria ter seus motivos, e pensei que seria até uma forma educada de dizer " deixa isso pra lá, não quero dizer o que penso de ti ".

As mulheres sempre fazem isso. Mas é só naquela noite, e acabou.
Elas te cumprimentam na rua, nas festas, interagem na internet, e deixam bem claro que aquilo ficou para trás.

Mas a baixinha não. A baixinha me odeia.
Ela vira o rosto, e não cumprimenta nossos amigos em comum quando estes estão comigo.
Ela faz cara feia quando a gente se topa, e logo vira pra uma amiga para reclamar alguma coisa.

MAS QUE CULPA EU TENHO?

Será que eu devo aos meus genes tamanha repulsa? Se algum alelo tivesse sido trocado no meu overprinting ela me aceitaria?

As vezes eu penso que ela me considera como um marco. Tipo: comecei a ter que mentir na adolescência por causa daquele cara. Talvez ela até tenha vergonha por ter mentido tão mal, mas ninguém manda bem na primeira vez.

Só que tem vezes que me acomete um lapso altruísta e eu paro de jogar nela toda a culpa.

Eu posso não ter entendido seu momento. Ou talvez ela fosse inexperiente e tenha dito um não por pura timidez. E eu fiz o que ninguém deve fazer: desisti na primeira porta fechada.

Ela pode ter se sentido renegada,  e ainda culpar-se por ter feito o que fez.

Lindo. Isso explicaria tudo!

Poderia  apenas virar pra amiga pra falar: ah, lá vem aquele carinha, vou falar qualquer coisa pra você para mostrar que não me importo. Por que na verdade eu não me importo mesmo.

Mas a gente sabe que ela se importa.

Ou não.
Sei lá.

Acho que passarei  minha vida toda com essa dúvida.

Incerto de que era amor.
Incerto de que era ódio.

Mas certo de que eu era alto. Muito alto.








O segredo sobre a Apollo 11

terça-feira, 2 de julho de 2013
Sempre achei que Buzz Aldrin tinha alguma missão secreta na Lua. Não sei.
Acho que ele colocou um espelho lá.
Faria total sentido.

A NASA não perderia uma oportunidade dessas.
Não se vai à Lua apenas para coletar rochas, deixar algumas pegadas, e ligar para o Presidente. Se vai para implantar um espelho.

Um espelho que refletisse a Terra, e que pudesse ser visto de qualquer lugar, com a ajuda de um bom telescópio.
Um espelho que oportunizaria, à quem soubesse de sua existência, observar os lugares que quisesse no momento em que quisesse.

Que fizesse poder monitorar as tropas inimigas. Saber do desatraque de porta-aviões russos, dos planos dos cosmonautas, ou em que lugar da ilha jantava Fidel.

Tipo um satélite de espionagem.
Aliás, o melhor deles, pois sempre tem uma janela aberta pra deixar a lua entrar.

Seria genial.
O cinema mostra que todas as pessoas que tem algo em mente normalmente fumam seu charuto escorados em uma janela escancarada, lançando a fumaça e os olhares introspectivos para fora.
Que todas as grandes conspirações são planejadas durante a noite.
E também que todas elas começam a se desenrolar antes de um amanhecer.

Sei lá.

Pensar assim me faz sentir melhor.
Me faz sentir mais racional ao olhar para a lua pensando em alguém.
Não me sinto um bobo, lançando olhares e suspiros para um satélite natural que só reflete a luz do sol.
Não. Eu sei. Buzz tinha uma missão secreta quando foi à Lua.

Ele tinha que ter.




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