Ela sumiu feito um grão de café torrado caído em água quente.
Tchac. Bum!
E aquela gente tão incolor que se aglomerou na pista foi ganhando um ar curioso, provocante.
Vi a silhueta dela sendo diluída por pessoas iguais e precisei me aproximar pra não perdê-la.
Mas lá se foi o grão, rodando, sumindo, e colorindo.
Sai traçando seus passos num caminho fácil de cor e cheiro por entre aquelas pessoas feitas d'agua, que por serem água, não tinham cor, nem cheiro.
O seu rastro era de um amarelo queimado, tão longo quanto seus cabelos. O traçado era reverberante e ziguezagueava pelo salão.
As pessoas sem cor começaram a refletir aquele preto dos seus cachos no olhar.
Para lá e para cá, tremia o salão.
Para cá e para lá, ia eu atrás.
As pessoas foram acumulando os olhares e eu não me incomodei com aquilo.
Quando notei já eramos todos iguais.
Meros homens que tiveram a mesma reação ao ver uma linda mulher passar.
Ela entrou no salão e animou a festa toda, tal qual esses grãos de café torrado que pintam minha água quente.
Logo entendi porque as mulheres nos chamam de previsíveis.
É sempre assim.
Com o café e com as mulheres.
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