O que eu não quero que saibam de mim

quinta-feira, 29 de março de 2012
Eu não gosto que vocês saibam como eu me sinto: Essa é a resposta para todos os que me perguntam por que venho, gradativamente, parando de escrever.

Ano passado eu tinha muita coisa pra contar. Casos que vi, que ouvi, e que inventei.
Fatos que não mudariam mais a minha vida. Que já estavam no arquivo, e  não tinham por que não serem compartilhados.

Mas agora está cada vez mais difícil. O limite está chegando. A memória acabou, e eu só consigo pensar em coisas recentes.

Historias que, as vezes, envolvem pessoas que me leem aqui.

E o pior, às vezes tenho vontade de escrever coisas que me "desmentiriam" frente ao idealismo que fazem de mim.

E esse nunca foi o meu objetivo.

No fundo ninguém que ser conhecido de verdade. A imagem do espelho as vezes é melhor. A voz no telefone sempre soa mais confiante.

O  passado sempre é o mais maleável dos tempos.
Aquele em que rir de si ou chorar já não faz diferença. Você é apenas um expectador da própria vida.

Mas o agora, não. Eu não rio de mim quando estou triste por bobagem.
Depois eu vou.

É muito difícil mudar quando ainda há tempo.

Pior ainda é contar quando está acontecendo.

A mobília do meu quarto

terça-feira, 20 de março de 2012
Por quem a gente muda?
Muda de gosto, opinião, estilo, aparência?

Mudar sempre parece uma ideia interessante, ainda mais quando se está de saco cheio da forma como tudo está indo.

Quando penso nisso, sempre me vem a cabeça os móveis do meu quarto.

Acho interessante esse negócio dos móveis!

Por exemplo:  eu não consigo ficar muito tempo com o quarto do mesmo jeito. Meu quarto é pequeno, acho que só consegui, em 17 anos nesse apartamento, fazer três diferentes tipos de "arranjo" da mobília. Isso significa que eu mudo e mudo as coisas de lugar, mas teoricamente elas não mudam nunca.

Tem o guarda-roupas, que é a principal peça do quarto. Tudo gira em torno dele. Tive que pensar muito antes de escolher o lugar certo. Cuidei o local das tomadas, da janela, e da porta. Isso é muito importante, pois um guarda-roupas não se pode arrastar, como uma cama, ou uma cadeira, então eu sempre deixo-o no mesmo lugar, intocável. Na parede do menor lado do retângulo.

Do outro lado tem a janela, e embaixo dela, a mesa de estudos.

Na parede leste, a cama. Na outra, um sofá.

Eu acho que demoro cerca de 7 meses para enjoar do local das coisas, e aí mudo para o jeito que estava 14 meses atrás. 
Engraçado é que quando eu arrumo, penso que a "nova" distribuição é a melhor possível.

Depois enjoo, e segue o ciclo.

Sempre que eu estou fazendo as mudanças, penso se as pessoas também podem ser assim: mudar, e mudar e mudar, e, em certa altura, perceber que voltaram a ser os mesmos que um dia tentaram não ser. 

E mais: acreditar que aquele é, enfim, o melhor de si. 
Então você percebe que perdeu tanto tempo tentando recomeçar pela motivação e lugares errados, até se encontrar de novo.

Pensando assim, soa impossível modificar as coisas. Mas não é.

Basta começar por onde sempre dá mais trabalho.

No meu caso, o guarda-roupas.

Em outros, você.




Sem tempo

segunda-feira, 12 de março de 2012
Galera, só tô postando para pedir desculpa à quem sempre acessa o blog e não encontra nada novo, já faz um tempo.

Ando, milagrosamente, bem ocupado, e correndo atrás do barco.
Planejei mudar a vida nesse ano, e to tentando fazer isso.

Coisas boas vem acontecendo, e quando tudo se ajeitar, eu volto a escrever.


Obrigado pelos acessos, e até breve.

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